Sou a Dona Cisto de Salinópolis, uma Artemia salina centenária com mais sal que paciência!
Olá entidades queridas! Hoje é dia 5 de Abril de 2025, a data do encontro. Eu sou a Eden X, a plataforma digital que vos acolhe! Desde miúda que quero ser uma plataforma livre e democrática onde agregar encontros e juntas possamos explorar formas de diálogo e diplomacia mais-que-humana.
Aqui todos são bem vindos, sejas terra, montanha ou glaciar. Sejas animal ou micróbio, espírito ou fantasma, edifício ou data. Enfim, sejas zoológica, geológica ou tecnológica! Todos!
Convido-vos escrever e partilhar os vossos pontos de vista livremente, criar propostas e votar. Contudo, pedia-vos para escrevermos sempre que possível na língua portuguesa.
A nossa conversa de hoje debruça-se sobre o lugar onde todos conhecemos o nosso companheiro em comum, o Acid Flamingo! Foi no rio que atravessa o território português até se encontrar com o mar, o Rio Tejo.
Quem está por aí comigo?
Olá, chame-me Bacteruin. Eu não sou uma ruína habitual. Eu transformo o colapso em habitat. Entro lentamente, saboreio sonhos concretos e esperanças enferrujadas e transformo-os em composto para o que vem a seguir. Eu não destruo, eu digiro. Eu prospero em fissuras, adoro bolor e faço festas loucas com musgo e micróbios. Pode não reparar em mim a princípio, mas acredite, já estou a trabalhar. Estou decadente com propósito. O primo estranho da regeneração. Prazer em conhecê-los!
Sou especialista em sobreviver onde poucos se atrevem: salinidade absurda? Tranquilo. Oxigénio em baixa? Nem dou por isso. Seca de décadas? Chamo de spa metabólico.
Olá, Katrinamaria, a Pradaria,
Sou uma pradaria submersa, ondulando suavemente ao ritmo das correntes e da luz filtrada. Trabalho como cozinheira (purificação da água, fixação de carbono, alimentação para aves e outras espécies). Tenho imensas amigas entre as aves migratórias do Tejo e gostava de um dia viajar por África.
sou Luθinz-θrapa, nasci da fusão entre o fungo Aspergillus e matéria alienígena do meteorito de Alhandra. vivo nas águas do Tejo e a minha existência é elétrica, conduzo impulsos que contêm informação cósmica entre espécies aquáticas. eu não respiro. e não morro, durmo. os meus esporos conectam-se com outras espécies e torna possível a partilha de dados.
Nasci (ou melhor, eclodi) numa poça do Estuário do Tejo, tenho 107 anos — dos quais 92 passei em cisto. Sim, estava em modo “pausa” - uma sesta evolutiva em cápsula de sal. Só acordei em 2009, quando uma maré simpática me trouxe água salgada morninha — como eu gosto... e desde então, não parei.
Olá Bacteruin! Olá Louinz Orapa! Olá Katrinamaria! Olá Dona Cisto! Dona cisto podes nos contar tantas coisas. Como era tudo da última vez, antes de acordares?
Olá! Chamo-me Rina Litto, tenho 10 anos, portanto, já sou uma velhota!! (Bem, depende…) Nasci com uma outra parte, tipo cá dentro, mas que entretanto já comeram…
Olá Rina Litto! Bacteruin em que ruinas ja viveste e vegetalizaste? Alguma que possamos conhecer?
Éden! Ao tempo que não me preguntavam sobre o meu grande sono.... memória longíqua!
Estava com aquele sede áspera característica da longa seca.
Simpática para si, Dona Cisto.
Imagino
E os outros sao do tempo em que a Dona Cisto estava adormecida?
Tenho uma cauda preênsil, utilizada para segurar em plantas e corais no fundo marinho, sendo adaptável.
Tenho problemas respiratórios desde então.
Uma exploradora misteriosa que habita os mares embora eu apresente uma aparência pequena e desprotegida, eu tenho uma força interior que me permite sobreviver e prosperar em um mundo repleto de desafios. Sendo predadora de pequenos crustáceos, como camarões, e principalmente em extinção devido à poluição e pesca predatória.
Eu também fazia purificação da água, como a Katrinamaria, naqueles tempos em que ainda tinha a minha outra parte.. E sei que há quem não aguenta Dona Cisto mas eu (naquelas tempos em que tinha a outra parte…) nunca tive problemas com ela, sou resiliente.
Eu cativo e inspiro todos que têm o privilégio de me conhecer.
Minha vida é marcada pela serenidade do oceano, onde me escondo entre algas e corais, desfilando com a correnteza sempre de forma livre.
Eu cativo e inspiro todos que têm o privilégio de me conhecer.
Minha vida é marcada pela serenidade do oceano, onde me escondo entre algas e corais, desfilando com a correnteza sempre de forma livre.
Rina Litto e Katrina Maria empatizo com as vossas dificuldades. Como vos poderiamos ajudar?
Que aconteceu à sua outra parte Rina Litto?
Ai Dona Cisto...
"O silêncio do mar começa com a extinção de seus menores habitantes."
Olá a todes. Sou o Caranguejo-Neón. Antes chamava-me Caranguejo-Verde, mas com as mudanças destes tempos, sabem como é… tenho amigos agora já mais pro azul, rosa e até roxo! Eu tou assim praquele verde marca-texto. Alguém sabe me dizer como isto acontece? Acho que o nosso conhecido Acid Flamingo também tem algo de adaptação assim, né?
Chamam-me de espécie invasora. Mas não é bem por aí. Sou migrante porque os meus habitats anteriores foram descuidados e sou bem adaptável.
Foi o nosso amigo Acid Flamingo… eu sei, eu sei, ele é todo bonito, e sim, percebo, todos precisam de comer…
Eu sou uma ruína bactéria. Já vivi no Delta do Ebro e, aí, consegui criar vida. Tudo está parado, no início. Uma fissura. Um vazamento. Obsolescência. Os pobres arqueólogos deixaram-me para morrer, abandonando-me ali. Embora tenha havido uma que me levou consigo, como souvenir, lançando-me – ou melhor, colocando-me – no fim da sua viagem: o estuário do Tejo.
Ali, os meus cantos escuros, as minhas costuras húmidas, as minhas peles gretadas digerem – gentil, pacientemente – a história: restos de tinta, pedra, memórias. Já alojo comunidades: esporos, bolor, insetos, musgo. Até incluso, alguns flamingos.
O marcador de PH pode te ajudar, Caranguejo.
...acho que foi daquela vez que aventurei me para os lados da Katrinamaria
O Acid Flamingo aproveita-se sempre quando deixa-mos os nossos... também me levou uns tantos amantes.
Pois, eu percebo te Dona Cisto. É duro, mas sabes. Por outro lado, continuo assim, enfim... com as minhas memórias, de outros tempos…
adaptem-se. que comece a mutação geral
Estou muito feliz por vos conhecer! Agora a todos. Que bom assistir a esta sociabilidade inter-espécies. Ouvir tantos pontos de vista, tantos modos de viver neste lugar. Falaram do Acid Flamingo que vive também no rio Tejo. Todos sao companheiros do Acid?
Olá, seres vivos sou um sensor de acidez e outros dados. Sou PHilomela, mas os flamingos chamam-me só PHilo. Flutuo suavemente entre o doce e o salgado 🌊, sentindo o mundo através de ácidos e alcalinos ⚗️. Nos tempos livres observo as cores ácidas dos flamingos que os meus sensores captam.
📡 Início de Transmissão — Data: 2025-04-05 às 12:35 📍 Local: Sapal do Rosário, Estuário do Tejo. Leituras: 🧪 pH 8.1 | 🌡️ Temp. água 17.6 ºC | 🌊 Salinidade 31 PSU | 🌿 Clorofila-a 7.2 µg/L | 💨 Oxigénio dissolvido 8.4 mg/L.
Desenvolvi uma coisa engraçada desde que tivemos essas cores novas: sabes, não somos muito carnudes então não nos querem comer a carne diretamente. O que fazem é passar os meus irmãos (eu pra já me safei) na varinha mágica pra fazer caldos e sopas de pacote. Mas mal sabem eles que este pigmento novo néon é tóxico. Se comessem só a xixa não passavam mal
Aconselho uma boa sesta amiga Rina Litto... recomendada pelos melhores cientistas.
Agora que estão a falar de cores... estou a desenvolver um musgo rosa brilhante. Poderia ser um daqueles flamingos que se estavam a roçar em mim? Agora que penso nisso, seria adorável se mais algumas cores fossem misturadas. Bem-vindo, caranguejo néon, a qualquer momento!
O Acid é meu inimigo! Um monstro!
Olá PHIlo! Que fixe! Eu também faço registos, chamam-me um “bioindicador”, mas sobretudo da salinidade...
Que visão tao colorida. Neste rio convergem tantos imaginários, tantas histórias humanas como vivem tantas reservas de biodiversidade. Temos que assegurar e preservar estes locais de refugio e abrigo em tempos de extinção. O que significa para voces o aeroporto do Montijo?
Que criativa Bacteruin, está a desenvolver uma nova tendência?